As eólicas offshore possuem o mesmo racional das eólicas onshore: captação da energia proveniente da força dos ventos e sua transformação em energia elétrica. É alternativa ambientalmente benéfica por não emitir carbono. Entretanto, possuem como grande diferencial o fato de que seus aerogeradores são instalados em alto mar, sendo sua estrutura inteiramente assentada no fundo do oceano.
De acordo com o instituto WindEurope, em 2018, a Europa possuía 409 turbinas offshore conectadas, com capacidade instalada de 18.499 MW. Os dados indicam crescimento exponencial da capacidade instalada acumulada entre os países europeus, bem como investimentos anuais médios de 8 bilhões de euros para expansão das modalidades de geração, com destaque ao ano de 2016, com investimento superior a 18 bilhões de euros.
Os parques eólicos offshore compartilham das vantagens dos parques onshore, como o fato de serem uma fonte de energia limpa, renovável e não poluente. O destaque da modalidade de geração diz respeito às suas vantagens exclusivas, como o elevadíssimo potencial de geração encontrado no país. Estima-se em 1,78 TW o potencial eólico offshore em toda a Zona Econômica Exclusiva do Brasil e em 606 GW para a margem brasileira, até 100 metros de profundidade.
A modalidade offshore possui potencial de geração maior que as eólicas onshore, podendo ter produção até duas vezes maior comparativamente, pois, no mar, há ventos mais fortes e constantes. Também possui vantagens em relação à redução de emissão de ruídos, redução de shadow flicker (alternância de momentos de sombra e luz) e redução de poluição visual.
Os parques eólicos offshore, contudo, não são imunes a impactos negativos. Antes da implantação, é necessário obter Declaração de Impacto Ambiental (DIA) positiva e estudo favorável da compatibilidade do parque com outros usos do espaço marítimo, processo este que pode durar anos. Trata-se do método mais seguro e rigoroso para evitar problemas posteriores envolvendo navegação e a fauna marinha.
As eólicas offshore não são bem regulamentadas no Brasil, pelo que não há nenhuma usina do tipo instalada no país. Pouco se explora o potencial de geração disponível nos mares. Prova disso é que há uma única usina teste instalada no mar, a usina do porto de Pecém, no Ceará, que produz energia através das ondas do mar (fonte maremotriz).
O marco mais relevante e promissor deve ser o PL 11.247/2018, que visa ser o verdadeiro marco legislativo das eólicas offshore, permitindo sua popularização e autorizando sua implementação. O projeto foi aprovado com alterações pelo plenário da Câmara dos Deputados em 29/11/2023 e atualmente tramita no Senado, apresentando importantes alterações legislativas e regulamentações nos âmbitos de concessão e licitação dos parques eólicos offshore.
Até abril de 2024, o Brasil contava com pouco mais de 234 GW distribuídos em quase 100 parques eólicos offshore ainda em processo de licenciamento perante o Ibama. Porém, os agentes de mercado já avaliam que a demora na aprovação dos projetos pode causar impactos negativos e evasão de empreendedores.

Fonte: Jota